Cultura
Vertin apresenta quarto álbum da carreira solo
Multiartista embala “O Que é Possível” com música eletrônica e orgânica, condensando imagéticas de um sertão deslocado
Vertin traz sua nova performance sonora em seu quarto álbum solo da carreira. Já nas plataformas digitais, “O Que é Possível” (ESCUTE – bit.ly/3IwWPft) mistura música eletrônica e orgânica, com sotaques poéticos do Sertão pernambucano e do Nordeste. A obra autoral do multiartista nordestino (natural de Juazeiro/BA e radicado em Arcoverde/PE) conta com sete faixas.
“Sou pai agora, tenho 33 anos. Estes acontecimentos têm me colocado cada dia mais na terra, no presente. Sempre amei pensar e escrever sobre mistério, metafísica, mas confesso que minha viagem agora é menos ‘astral’ e mais psicossocial. Gosto de compromisso com a realidade, a arte é uma coisa sérissima para mim, que pode realmente curar a nossa vida”, destaca o músico Vertin.
Ele abriu o novo espetáculo musical com o lançamento do clipe homônimo, no dia 13/04 (ASSISTA O VIDEOCLIPE – bit.ly/3K4Y2ub).
“Enquanto indivíduo dentro desta sociedade, quero cantar algo que seja palpável, algo que seja acessível, algo que faça sentido e transforme sentido no mundo. Não faço arte para ser aplaudido, ou para ser bonito, isso é secundário, o que importa é o recado”, acrescenta.
Todas as músicas do álbum recém-lançado são de autoria do cantor e compositor Vertin, que também é ator, diretor e produtor. Com produção própria, “O Que é Possível” foi gravado em São Paulo, Arcoverde (Sertão pernambucano) e Recife.
A co-produção é de Lucas Crasto, Lucio Flavio (DJ Coby Iron) e Chris Lemgruber, também responsáveis pela mixagem e masterização do álbum. A foto da capa é de Hugo Sá, com o design assinado por Bianca Carvalho.
“Gravei voz, guitarras, violões, teclados e programação de bateria. Lucas Crasto foi o responsável pelo baixo, bits eletrônicos, teclados, violão e guitarra. Chris Lemgruber ficou com a percussão (programação eletrônica), enquanto Lucio Flavio, o Dj Coby Iron, fez sounds designer, vinhetas e efeitos especiais. Já o artista Hugo Sá e a artista Bianca Carvalho ficaram à frente da arte visual”, explica.
Artista versátil e múltiplo, Vertin se encontra na canção brasileira, enlaçado na MPB ao rock psicodélico, incluindo até a música eletrônica no “O Que é Possível”. Seus álbuns anteriores são “Filhosofia” (2012), “Pássaro só” (2018) e “Pássaro só ao vivo” (2020).
Estreia do novo álbum
O show de lançamento do espetáculo musical “O Que é Possível” aconteceu no Sesc Belenzinho, em São Paulo, no último domingo (21/05). Na apresentação, foi acompanhado pela banda formada por Demetrius Lulo na guitarra; João Leopoldo no teclado e sintetizadores; Bianca Godói na bateria e mpc.
Em sua nova turnê, a palavra é poesia psicossocial, a natureza é o seu cerne, o amor é a própria vida.
Ficha técnica
Produção: Vertin
Co-produção: Lucas Crasto, Lucio Flavio (DJ Coby Iron) e Chris Lemgruber
Gravação: São Paulo, Arcoverde e Recife
Mix e Master: Chris Lemgruber, Lucas Crasto e Lucio Flavio (Dj Coby Iron)
Músicos: Vertin (voz, guitarras, violões, teclados, programação de bateria); Lucas Crasto (baixo, bits eletrônicos, teclados, violão e guitarra), Chris Lemgruber (percussão – programação eletrônica); Lucio Flavio (sounds designer, vinhetas e efeitos especiais).
Foto da capa: Hugo Sá
Designer: Bianca Carvalho
Assessoria de imprensa: Daniel Lima
Faixa a faixa
1. O Xaxado ou o Machado (Vertin)
Vertin abre o álbum com a faixa “O Xaxado ou o Machado”. Com letra discursiva sobre a impotência do ser humano diante da morte, apoiada por guitarras distorcidas e batidas eletrônica, a música parte destas angústias para convidar o público a refletir sobre a transformação de uma humanidade violenta para uma humanidade amorosa, que sabe viver artisticamente, com imaginação, sonhos, mas sobretudo, com cuidado e respeito ao próximo.
2. Bacanas (Vertin)
Totalmente inspirado nas denúncias de aporofobia arquitetônica do Padre Júlio Lancelotti, a canção Bacanas é um rap com sotaque pernambucano que expõe sem arrodeios as razões de desigualdades e preconceitos da sociedade. Não só aponta estas razões da humanidade ser tão desumana, quanto também expõem as ferramentas necessárias para a mudança real: luta e revolução.
3. Tolerância (Vertin)
Em tolerância é a vez do funk carioca surgir na rítmica do disco, é verdade, Vertin vem tentando dialogar com a música que rege o brasil, e o funk é sem dúvida uma das manifestações populares de grande densidade. Então o tema da tolerância se desenvolve neste funk, onde o artista deixa claro que não deseja mal a ninguém, mas que paciência tem limite.
4. Samba da Criação (Vertin)
Vertin, que acabou de ser papai, fez uma carta de recepção à sua filha Pilar. Esta carta se transformou na letra desta canção. É aqui que ele samba em cima das dificuldades da vida, é nesta faixa, que o artista dissolve o risco de viver e assume o seu ofício de “fazer balançar” porque “apesar das mazelas o amor insiste” e é este amor que não vai deixar a gente sozinho na vida.
5. Otário (Vertin)
É autocrítica, é auto avaliação, mas também é conclusão. Otário, quinta faixa do álbum, um rap rock que demonstra a superficialidade que existe na indústria cultural, onde artistas são transformados em marionetes, que tentam agradar o tempo inteiro com músicas que apenas preservam o status quo. É com esta faixa que sentimos o mal-estar contemporâneo, do artista, do trabalhador assediado. Carregada de ironia, também sentimos que somos livres para pensar e agir e poder desabafar sobre sua verdade.
6. Do Sertão (Vertin)
Do Sertão já diz de onde vem. Mas como bom iconoclasta que é, Vertin vem aqui para dizer que que chove no seu sertão, que colhe no seu sertão. Mas que há angústia dentro de seu sertão e que às vezes é a própria chuva tão esperada que faz perder toda a lavoura. única faixa que não contém batidas de rítmicas, acompanhado apenas da guitarra elétrica, este Sertão passa longe da caricatura da seca, da sede, da fome, da falta de recursos. O sertão de Vertin se expande no mundo, com a certeza que a dor de lá é a mesma dor no litoral ou nas montanhas, e que a gente não necessita só de comida e bebida, mas de amar e viver bem também.
7. O Que é Possível (Vertin)
Faixa já disponível junto do clipe homônimo, é mistério da vida, de uma gota, do infinito sobressaltando aos olhos. Faixa que mistura Jazz e Axé, materializa assim o que dar pra gente ser: o possível.