Política
Uma Mega da virada
Por Djnaldo Galindo
Quanto tempo e em que você gastaria os R$550.000.000,00 (550 milhões de reais) que serão sorteados pela Mega da Virada no próximo mês? Esse montante seria suficiente para que cada um dos 77.742 arcoverdenses, caso o prêmio fosse dividido, recebessem mais de R$7.000,00, isso incluindo todas as crianças e adolescentes. Pois bem, esse valor é semelhante a receita do nosso município desde o início da gestão do atual prefeito. Se somados os valores desde janeiro de 2021 até setembro no ano corrente, nossa cidade obteve a Receita de R$571.940.419,62, quase 21 milhões a mais que a Mega da Virada.
Então, cabem alguma perguntas: onde foram investidos esses dinheiros? Quanto desse montante foi pago em salários e diárias dos amigos do Socamp, ex funcionários, do próprio prefeito, seus parentes e parentes da ilustre Primeira Dama? Sobre essa questão há um caso inédito: por quantas secretárias ainda vai perambular o irmão do prefeito, que nas minhas contas esse mês foi nomeado para a quarta função diferente em menos três anos de gestão. O homem é um prodígio, um “Gênio da raça”, ele agora foi efetivado nas finanças, função de segundo dizem já exercia nas sombras e talvez seja uma das razões por que estejamos a bancarrota.
Voltando a Mega da Virada, apesar do assombroso montante em receitas, a cidade assiste perplexa o atraso contumaz nos compromissos financeiros com funcionários, contratados e fornecedores. Dias desses houve um mutirão pra coleta de lixo que apodrecia nas ruas, pois a empresa responsável não havia recebido o que reza o contrato. Numa recente declaração , a atual secretária de Cultura afirmou que boa parte dos artistas nacionais que se apresentaram no São João passado ainda não foram pagos e nós que pensávamos que seriam apenas os maltratados artistas locais.
O ex vice prefeito da cidade, o Delegado Israel Rubis tem um dado assustador, onde diz que se não houver uma correção de rumo, esse modelo atual de gerir as contas do município poderá comprometer a saúde financeira dos próximos prefeitos, ou seja, está se gastando um dinheiro que não se tem. Seria como estivéssemos no cheque especial cuja a conta não seríamos nós que teríamos que pagar, mas, alguém no futuro e que sobre os gastos não detém nenhuma responsabilidade.
Até quando a sociedade poderá tolerar tamanha irresponsabilidade? É preciso dar um freio, antes que seja tarde, pois, em breve entraremos no ciclo eleitoral onde culturalmente há uma maior pressão sobre as receitas do município e tem mais, a todo instante se abrem novas frentes de obras, quando outras se encontram paralisadas ou que se arrastam inconclusas desde o início do governo. Se é que se pode chamar essa “coisa” de governo.