Política
OBRAS EM ANDAMENTO, COMUNICAÇÃO EM FALTA: O DESAFIO DE RAQUEL LYRA
Por Rodrigo Melo – Jornal Portal do Sertão
A governadora Raquel Lyra (PSD) tem acumulado importantes entregas no comando de Pernambuco, especialmente em áreas estratégicas como infraestrutura e políticas sociais. A recuperação de rodovias estaduais e os investimentos no abastecimento de água no Agreste e Sertão têm significado dignidade para populações historicamente esquecidas. A licitação do novo Hospital Regional de Garanhuns está em andamento, assim como o projeto de duplicação da BR-232, que avança aos poucos. Essas ações, apesar de essenciais, parecem não estar conseguindo dialogar com a população — e esse ruído na comunicação vem cobrando um preço alto.
No campo social, a gestão também apresenta avanços. A ampliação e o fortalecimento dos serviços do CRAS e do CREAS, voltados ao acolhimento de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade, têm feito diferença no dia a dia de muitas comunidades. As Cozinhas Comunitárias, as Reches e o reforço na frota de ônibus escolares mostram um governo atento à base, principalmente no interior. No entanto, a população pouco tem conhecimento sobre a abrangência dessas ações. A comunicação institucional falha ao não mostrar com clareza onde e como os investimentos estão sendo aplicados.
Raquel conta hoje com o apoio da maioria dos prefeitos pernambucanos, o que poderia ser um trunfo na difusão das políticas públicas e na construção de uma imagem mais próxima da realidade local. Porém, esse capital político não tem sido utilizado com a força necessária para fortalecer a conexão entre governo e povo. O que deveria ser um diferencial, acaba se perdendo em uma gestão que realiza muito, mas comunica pouco.
O reflexo dessa desconexão é visível nas pesquisas: mesmo com tantas obras em andamento, Raquel Lyra não aparece como favorita para a reeleição se o pleito fosse hoje. O problema, ao que tudo indica, não está na ausência de ações, mas na ausência de uma narrativa pública eficiente. A gestão acerta nos investimentos, mas erra ao não criar pontes entre os feitos e a percepção da população. O desafio de Raquel, neste momento, não é apenas governar — é fazer o povo enxergar que ela está governando por ele.
