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O “CAÇADOR DE MARAJÁS” CAÇADO

Política

O “CAÇADOR DE MARAJÁS” CAÇADO

Por Rodrigo Melo – Jornal Portal do Sertão

Fernando Collor de Mello ascendeu rapidamente ao topo da política nacional no final dos anos 1980, impulsionado por um discurso moralista e anticorrupção. Apresentando-se como o “caçador de marajás”, termo usado para criticar servidores públicos com altos salários, Collor ganhou popularidade com promessas de modernização e combate aos privilégios. Em 1989, venceu as primeiras eleições diretas para presidente após o regime militar, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Jovem, midiático e eloquente, simbolizava uma nova era para parte do eleitorado. Sua imagem de renovação, no entanto, logo começou a ruir.

Durante seu mandato, Collor demonstrou traços marcantes de arrogância, presunção e prepotência, características que o distanciavam do Congresso e de setores da sociedade. Tomava decisões impopulares de forma unilateral, como o confisco das poupanças dos brasileiros, medida que abalou sua base de apoio. Sua postura, muitas vezes agressiva e autossuficiente, contribuiu para o desgaste precoce de seu governo. Ao invés de fomentar diálogo, cultivou confrontos, agravando o isolamento político. Esse estilo personalista foi um dos fatores que precipitaram sua queda.

Ao longo da vida pública, Fernando Collor alternou momentos de destaque e ostracismo. Após renunciar à Presidência em 1992 para evitar um impeachment, seguiu sendo figura recorrente na política alagoana. Retornou ao Senado e tentou se reposicionar como um político influente, apesar das resistências. Mesmo longe dos holofotes nacionais, manteve atuação política constante, ora discreta, ora polêmica. Sua trajetória foi marcada por um contínuo vaivém entre poder e desgaste. Ainda assim, nunca deixou de tentar reerguer-se no cenário político.

Apesar do discurso ético do início da carreira, Collor foi repetidamente denunciado por esquemas de corrupção e fraudes, desde o famoso caso PC Farias até investigações mais recentes. O ex-presidente, que já habitou a luxuosa Casa da Dinda, hoje habita o sistema penal. A imagem do “caçador” deu lugar ao retrato do político acuado pela Justiça. A história de Collor serve como símbolo do contraste entre promessas e práticas na política brasileira.

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