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Hospital Otávio de Freitas realiza primeiro transplante ósseo na rede pública de Pernambuco

Saúde

Hospital Otávio de Freitas realiza primeiro transplante ósseo na rede pública de Pernambuco


Paciente passou por procedimento de enxerto ósseo para viabilizar a troca de prótese de quadril

A equipe de traumatologia e ortopedia do Hospital Otávio de Freitas (HOF) realizou um importante passo para a especialização do atendimento de pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco. Esta semana, a unidade realizou o primeiro procedimento de transplante ósseo em um serviço da rede estadual de saúde. O HOF – que realiza atendimentos de alta complexidade em traumato-ortopedia – está iniciando o processo de solicitação de credenciamento junto ao Ministério da Saúde para se tornar unidade transplantadora na área e recebeu uma autorização em caráter excepcional do Sistema Nacional de Transplantes para realizar a cirurgia.

“É um marco importante para Pernambuco por tratar-se de um procedimento de extrema dificuldade, que exige equipe treinada e capacitada para manejar tecido ósseo e estrutura hospitalar para transporte e manipulação desse tecido. Iniciamos a reunião da documentação necessária para solicitação de credenciamento junto ao Ministério da Saúde para que o Hospital Otávio de Freitas possa se tornar uma unidade realizadora de transplante ósseo, beneficiando os pacientes do SUS em Pernambuco”, destaca o coordenador do setor de ortopedia do Hospital Otávio de Freitas, Hermes Wagner.

A paciente Nilsa Maria Gomes da Silva, de 51 anos, residente de Petrolina, possuía uma prótese de quadril há 20 anos devido a sequela de uma infecção que gerou um desgaste na cabeça do fêmur (artrose). Ao longo dos anos, a área foi se desgastando ainda mais, ocasionando uma desigualdade no comprimento das pernas em 10 cm. Após a avaliação dos profissionais do Otávio de Freitas, foi identificada a necessidade de uma intervenção para revisão de prótese de quadril (troca da prótese).

“Ao avaliarmos o caso da paciente, identificamos um obstáculo que era o estoque ósseo dela para suportar a remoção da prótese anterior e colocação da nova. Diante disso, foi necessário partir para o enxerto de tecido ósseo visando à restauração da área com ausência de osso, fornecendo a estrutura corporal necessária para suportar a nova prótese, sendo possível fazer essas inserções no fêmur e na bacia.

Com a definição da conduta cirúrgica, começou a preparação da unidade para tornar a realização do transplante ósseo uma realidade. O Hospital Otávio de Freitas iniciou o contato junto à Central de Transplantes de Pernambuco e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), referência nacional em ortopedia localizada no Rio de Janeiro e que conta com um banco de ossos. Após os trâmites para autorização para o procedimento serem confirmados com o Sistema Nacional, e também a garantia do material a ser encaminhado pelo Into, iniciamos a preparação da equipe e da paciente”, explicou o médico cirurgião especialista em quadril, Cláudio Marques.

O procedimento de transplante ósseo e a revisão de prótese de quadril aconteceram no mesmo tempo cirúrgico, ou seja, no momento que a paciente entrou no bloco cirúrgico do Otávio de Freitas as duas intervenções foram feitas no mesmo momento. O atendimento à paciente envolveu cerca de 10 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos, anestesiologista e instrumentador cirúrgico e durou cerca de 3h.

“Vamos continuar acompanhando essa paciente pelos próximos meses, pois o processo de recuperação dela envolve, entre outras coisas, o início do trabalho de fisioterapia para o retorno à caminhada, considerando que o transplante contribuiu ainda para correção da desigualdade do comprimento das pernas em 5 cm. Estipulamos que a recuperação total da paciente ocorra em seis meses, que é o tempo médio que o osso leva para se integrar totalmente ao novo organismo. Para caminhadas leves, acreditamos que em 1 mês a paciente possa se movimentar com ajuda de andador, por exemplo. Após a alta hospitalar, nossa equipe irá acompanhá-la mensalmente em nosso serviço de ambulatório, e nossa expectativa é que em seis meses ela possa desempenhar suas atividades com mais normalidade”, detalhou Cláudio Marques.

“Um dia após a realização da cirurgia já comecei a me movimentar e a sentar no leito, os médicos disseram que os exercícios de caminhada podem começar a partir de amanhã para avaliar como está sendo a recuperação. Eu ainda estou sem acreditar que vou voltar a andar mais naturalmente porque, até fazer a cirurgia, eu não conseguia ficar muito tempo em pé e só me locomovia com uso de muletas. Trabalho como revendedora de cosméticos e essa lesão dificultava muito o meu trabalho, além das dores de quadril e coluna. Já passei por avaliação de muitos profissionais e encontrar a equipe do Otávio de Freitas foi uma alegria muito grande”, comemora a paciente Nilsa Maria.

Foto: Divulgação

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