Turismo
Coluna JPS Turismo & Eventos
Edição 16 – Sábado, 12 de junho de 2021.
Voltei, Recife… Foi o São João que me trouxe pelo braço!
– Depois de visitar (entre 21 e 23/05) e fazer um relato, aqui na coluna JPS Turismo & Eventos, sobre o sucesso do “Circuito do Café” (vide edição nª 14 publicada nas plataformas digitais do Jornal Portal do Sertão em 29 de maio), volto à Recife e mais especificamente ao shopping RioMar, para conhecer mais um atrativo turístico desse importante equipamento de compras, serviços e lazer da Capital do Nordeste – a Exposição SÃO JOÃO CORDEL E GANGAÇO.
Uma bela e bem elaborada mostra – durante estes tempos sombrios de pandemia, quando a maior festa popular do Nordeste, pelo segundo ano consecutivo, não será realizada no seus moldes tradicionais – que leva o visitante a uma verdadeira viagem pelo imaginário da cultura popular e que acontece no período de 01 a 22 de junho, ambientada no piso L3 do referido shopping.
Por isso, na condição de profissional de turismo e, por anos, diretamente envolvido no planejamento, organização e realização do São João de Arcoverde, reservei a sexta-feira dia 04 de junho e fui à Recife conferir de perto a exposição. Lá chegando, gostei do que vi, pois, além do espaço amplo da ambientação localizada no Piso L3 do Shopping RioMar (área da praça de alimentação), todo o planejamento da exposição induz o visitante a fazer um tour pelo excelente acervo sobre a vida e obra de ícones da música regional como Luiz Gonzaga e Dominguinhos; do cordel com obras dos patrimônios vivos J. Borges (Bezerros) e José Costa Leite (Condado) e de objetos trazidos do Museu do Cangaço (Serra Talhada) mostrando um pouco da história de Lampião e Maria Bonita. Por fim, o tour nos leva a indispensável vila temática com belas e bucólicas casinhas de madeira e a tradicional igrejinha.
E falar em Luiz Gonzaga e Lampião, nos recorda de dois temas emblemáticos do São João de Arcoverde escolhidos para as versões 2008 (De Lampião a Gonzagão… Um Auto de São João) e de 2013 (Arcoverde Capital do São João). No primeiro traçamos um paralelo entre a saga e a odisseia desse dois ícones da cultura popular nordestina, expressando, na decoração e menção ao tema: “um auto que não é natalino, pois não fala de Jesus Menino… Mas que é do São João, porque junta na mesma encenação, a saga do cangaceiro lampião, o herói do sertão, e a odisseia do cantador Gonzagão, o afamado Rei do baião”. No segundo, o tema de 2013, criamos um novo conceito para a festa, com temas escolhidos para cada versão, porém, e um título fixo: ARCOVERDE, CAPITAL DO SÃO JOÃO. Este tema (2013) fez uma alusão à carta que Lampião enviou ao “Governador” de Pernambuco Sergio Loreto, no final da década de 20, propondo a divisão de Pernambuco: até os trilhos de Rio Branco (Arcoverde) ficaria sob o comando dele, que seria aclamado
Governador do Sertão, enquanto que, dalí até a “batida do mar”, poderia ficar sob a governança de Sergio Loreto. Claro que não vingou. A estória, porém, o São João de Arcoverde contou a sua versão com a devida “licença poética”. Bons tempos!
Voltando à exposição SÃO JOÃO CORDEL E CANGAÇO, destacamos outro ponto positivo da mostra que é a capacidade de carga do local escolhido, que oferece – mesmo em tempos de pandemia, quando deve existir o devido distanciamento social e atendimento às exigência do protocolo de combate ao coronavírus –, espaço onde as pessoas podem circular tranquilamente, contemplar a decoração e os objetos expostos, tudo de muito bom gosto. E bom gosto é o que não falta à mostra, cuja produção é de responsabilidade da Cactus Promoções e a curadoria assinada por Afonso Oliveira, Ângelo Filizola e Anildomá Willams, reunindo fotografias, xilogravuras, documentos e, pela primeira vez, duas tradições de grande valor cultural: o Cordel – a expressão fantástica da poesia popular; e o Cangaço – com suas histórias de luta, mistérios, arte e política, contando a história dessas tradições através dos seus ícones e lendários mestres. Segundo Ângelo Filizola, um dos curadores da mostra, “nesta exposição temos uma linha do tempo com a trajetória de Maria Bonita e Lampião, inclusive com os óculos do rei do cangaço, o Gibão e o chapéu de Luiz Gonzaga que ele usou na foto do elepê ‘Danado de Bom’; o gibão de Dominguinhos usado na gravação ao vivo do seu primeiro elepê em Fazenda Nova, e uma cortina de literatura de cordel, dos famosos cordelistas e xilogravuristas J. Borges e José Costa leite”.
Segundo relato enviado à Coluna JPS Turismo e Eventos pela Jornalista Carmem Peixoto (Assessora de Imprensa e de Relações Institucionais do Shopping RioMar), “parte do acervo vem da Fundação de Cultura de Serra Talhada especialmente para a mostra, incluindo o óculos de Lampião e a escrivaninha do fotógrafo Sírio-Libanês Benjamin Abrahão, que documentou o cangaço; dos mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos, o gibão e o chapéu, dos acervos do biógrafo de Luiz Gonzaga, Paulo Vanderley e da família do sanfoneiro Waldonys; dos mestres Costa Leite e J. Borges, matrizes de literatura de cordel, matrizes de xilogravuras e ferramentas de seus próprios acervos; do acervo do Galo da Madrugada estão vindo as casas e igreja cenográficas que fazem parte do tradicional São João que o clube realiza no bairro de São José”.
A Curadoria da exposição é do produtor cultural, compositor, poeta e artista plástico Afonso Oliveira, que, Com mais de 30 anos de estrada, tem uma trajetória na cultura popular pernambucana. De Anildomá Williams, ex-secretário de cultura e turismo de Serra Talhada e presidente do Museu de Lampião, ator, diretor teatral, escritor e um dos mais importantes colecionadores da história do cangaço. E de Ângelo Filizola, produtor cultural com 35 anos de experiência, Filizola tem sua trajetória marcada pela produção da música pernambucana e de importantes eventos, com os maiores nomes popular brasileira. A Produção Executiva é de Pedro Francisco de Souza e a designer Carla Gama assina o Projeto Expográfico.
Segundo os organizadores, referindo-se à exposição SÃO JOÃO CORDEL E CANGAÇO do Shopping RioMar, e eu assino embaixo diante do que presenciei in loco, “trata-se de uma ideia que objetiva mostrar e unir arte e cultura expressadas na música, literatura e tradições populares tão presentes, principalmente, no período junino”.
Parabéns ao Shopping RioMar por mais essa iniciativa. E viva o São João!
TURISMO CRIATIVO – O Turismo criativo vem sendo apontado como forte tendência para a retomada do turismo no mundo e as organizações do setor assim como os governos de vários países já entenderam isso e estão investindo nessa prática como estratégia de promoção dos destinos. Alinhado a essa tendência, a RECRIA (Rede Nacional de Experiências e Turismo Criativo) e a Creative Tourism Network promovem o webinário TURISMO CRIATIVO COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DO DESTINO, que acontece no próximo dia 16 de junho (quarta-feira), entre 09h30 e 12h00 e que, para os participantes tupiniquins, terá tradução simultânea em espanhol. Pensado para gestores e para aqueles que atuam no desenvolvimento dos destinos turísticos, o evento trará informações sobre o turismo criativo; como os destinos estão utilizando o turismo criativo para desenvolver o local e atrair visitantes e como isso está se desenvolvendo no Brasil, além de trocar informações com especialistas no setor. E essa experiência será conduzida por CAROLINE COURET – Diretora da Creative Tourism Network e por LARISSA ALMEIDA – Conselheira da RECRIA e autora do livro Turismo Criativo: Uma viagem por Culturas, Encontros e Experiências.
“Estamos vivenciando um momento desafiador onde se discute qual será o novo normal para o mercado de viagens. Pensando em oferecer informações para que os destinos brasileiros possam desenhar suas estratégias de retomada das atividades turísticas estamos promovendo o Webinário Turismo Criativo Como Estratégia De Promoção Do Destino” esclarecem os organizadores do evento.
Este evento é direcionado aos gestores de turismo e todas as pessoas que pensam o desenvolvimento dos destinos no país. Será online e gratuito e é um dos resultados da campanha de financiamento coletivo do livro Turismo Criativo: Uma viagem por culturas, encontros e experiências. “Além disso, estamos preparando uma proposta exclusiva para aqueles que estiverem com a gente no webinário e desejam desenvolver o turismo criativo no seu território com o suporte e expertise da RECRIA e da Creative Tourism Network”, concluem os organizadores.
Para se inscrever acesse: https://bit.ly/3vY1RsV ou direto no site www.recriabrasil.com. As inscrições são gratuitas e eu já estou lá. Bora?
PRAZO ESTENDIDO – Em matéria publicada em seu site na última quinta-feira dia 10 de junho, o diariodoturismo.com.br (um dos maiores e mais atualizados diários de notícias sobre turismo no Brasil), informa que o Ministério do Turismo (MTur) estendeu até o próximo dia 18 de junho de 2021 (sexta-feira), o prazo para o cadastramento de programas, projetos, ações e eventos relacionados ao TURISMO GASTRONÔMICO no Brasil.
Inicialmente, segundo o DT, o prazo seria encerrado na quinta-feira (10.06). Até o momento, mais de 200 iniciativas já foram cadastradas e devem compor um inventário nacional do segmento. Esse mapeamento servirá tanto para tornar as atividades relacionadas ao turismo gastronômico mais conhecidas quanto para o desenvolvimento de políticas públicas de apoio a essas agendas. Podem ser cadastrados, por exemplo, eventos, festivais, projetos de qualificação profissional, roteiros e rotas turísticas, entre outras iniciativas diretamente ligadas à gastronomia.
A pesquisa é direcionada às Secretarias Estaduais e Municipais de Turismo, bem como a instituições e organizações turísticas.
TURISMO GASTRONÔMICO – Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam que a gastronomia é o terceiro maior impulsionador de viagens no mundo. No Brasil, a gastronomia movimenta cerca de R$ 250 bilhões por ano, segundo cálculos da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), e é um dos itens mais bem avaliados por estrangeiros em visita ao Brasil. Oito em cada 10 turistas internacionais aprovaram a gastronomia brasileira em 2019, segundo estudo realizado pelo Ministério do Turismo com visitantes internacionais (Demanda Turística Internacional).
Para saber mais detalhes desta matéria e como proceder e/ou orientar o trade estadual e/ou municipal a realizar esse cadastramento, acesse o site do DT (diariodoturismo.com.br). Vamos lá porque o tempo está acabando!
MAIS …
RETOMADA DO TURISMO – No dia 27 de maio o Rio de Janeiro deu um passo importante rumo à retomada do turismo. Em um evento híbrido realizado no hotel Hilton Copacabana, o Rio Convention & Visitors Bureau lançou o seu novo material de divulgação da Cidade Maravilhosa.
As informações foram desenvolvidas ao longo dos últimos meses sob condução da diretora executiva da Rio Convention, Roberta Werner (foto), que assumiu a função em outubro de 2020. O novo material inclui um novo mapa guia da cidade, que já começou a ser distribuído, show case com os principais atrativos da cidade, mais de 1,7 mil fotografias e dois vídeos promocionais, um para fomentar o turismo de negócios, outro para o turismo de lazer. Para Roberta Werner, esse conjunto de informações representa um passo fundamental para posicionar o Rio de Janeiro na vitrine mundial durante a retomada do setor de turismo. “Hoje temos um material riquíssimo que nos permite trabalhar a conversão de eventos nacionais e internacionais e apresentar o Rio de Janeiro de forma completa.
Quem não é visto, não é lembrado. Se a gente não mantiver a cidade na cabeça do turista, ele vai ser atingido por outro destino que tenha diferenciais competitivos”, ressalta a executiva, destacando a importância de produzir informações sobre o destino de modo permanente.
Para acompanhar a matéria completa realizada pelo jornalista Zaqueu Rodrigues, com exclusividade para o Diário do Turismo, e saber opinião de Roberta Werner sobre a retomada e o futuro do turismo no Rio de Janeiro, acesse o site: https://diariodoturismo.com.br.
NOVIDADE NO AR – “A American Airlines deverá investir até US$ 1 bi em aeronaves elétricas”. A notícia é um dos destaques da edição desta semana da Revista Panrotas (a revista eletrônica mais atualizada sobre turismo, negócios e eventos no Brasil, acessada através do site: www.panrotas.com.br). A matéria mostra o interesse da AMERICAN AIRLINES em investir na “Vertical Aerospace”, uma empresa líder em engenharia e aeronáutica com sede no Reino Unido que desenvolve aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical. Como parte do seu investimento na Vertical, a American concordou em pré-encomendar até 250 aeronaves, o que representa um compromisso de pré-encomenda de US$ 1 bilhão, além de uma opção complementar de compara de mais 100 aeronaves, dentre outros investimentos que estão sendo planejados entre as duas companhias.
A matéria ainda esclarece que essas aeronaves podem transportar clientes rapidamente em torno dos centros urbanos das cidades e para aeroportos. A Vertical planeja realizar seu primeiro voo de teste do VA-X4 ainda este ano, com a certificação da aeronave já em 2024.
Sobre a AMERICAN AIRLINES – a história dessa empresa data de 1930, nos Estados Unidos, quando a “The Aviation Corporation’s” incorporou a American Airways. Em 1947 a American realizou o primeiro voo do Douglas DC-6 em serviço. Em 1948 foi a vez do Convair CV-240. Em 25 de janeiro de 1959 tornou-se a primeira empresa a voar o Boeing 707. Atualmente a American Airlines é considerada a maior empresa aérea do mundo.
SAINDO DO FORNO…
ENTREVISTA COM GIL MARINHO
– No quadro SAINDO DO FORNO desta edição, vamos apresentar breve entrevista que realizamos com o amigo, mestre, pesquisador e especialista em turismo, GIL MARINHO (foto), que atualmente responde pela Gerência de Destinos e Produtos Turísticos (GPT) da Secretaria Estadual de Turismo e Lazer (SETUR) e Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR).
Na entrevista, vamos repercutir e acrescentar informações, dados e detalhes importantes sobre a próxima atualização do Mapa do Turismo Brasileiro, matéria que publiquei na edição nº 15 (sábado – 05/06) nas plataformas digitais do Jornal Portal do Sertão.
Vamos à entrevista:
JPS – Gil, você é natural de Pernambuco, como foi o início de sua vida?
GIL MARINHO – Eu nasci em Recife. Porém, passei uma pequena parte da minha infância e início da minha adolescência em Garanhuns. Meu pai levou a família pra morar lá em 1968 e ficamos lá até 1973. Fui com 11 anos e voltei pra Recife com 16 anos. E esse foi um período muito importante na minha formação, porque, à época, Garanhuns parecia ser uma cidade de um povo burguês que, ao mesmo tempo, também tinha uma gente muito “louca” (risos…). Lá estudei num colégio de orientação evangélica, dirigido por missionários americanos. Os missionários eram evangélicos aparentemente “fundamentalistas”, os filhos, não. Eu era muito amigo deles (os filhos) e, juntos, fizemos algumas “loucuras” por lá (risos…). E tudo isso, esse período em Garanhuns, também foi muito impactante na minha formação. Meu pai era fiscal do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), viajava muito e detestava viajar só. Por isso, quando tinha que viajar, normalmente, levava um monte de gente com ele. E foi assim, a partir dessas viagens que comecei a conhecer Pernambuco.
JPS – Qual a sua formação acadêmica e em que circunstâncias começou a trabalhar na EMPETUR?
GIL MARINHO – Me graduei em Turismo pela UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco). Na época, era visto como um curso muito promissor. E sou pós graduado lato senso em Planejamento e Marketing Turístico (UPE) e em História de Pernambuco (UFPE). Sempre quis trabalhar com planejamento do turismo. Consegui entrar na Empetur em 1980, como recepcionista bilingue. Depois fui pra Diretoria de Promoções como promotor e, posteriormente, como gerente, onde participava de eventos nacionais e internacionais e, com a equipe, definia os mercados emissores a serem trabalhados. Trabalhei na assessoria de planejamento, no inventário turístico e depois fui para a área de apoio aos municípios, hoje Gerência de Destinos e Produtos Turísticos (GPT), onde estou até hoje.
JPS – Qual o papel da Gerência de Destinos e Produtos Turísticos no contexto da EMPETUR?
GIL MARINHO – A GPT (Gerência de Destinos e Produtos Turísticos) apoia os municípios em suas estruturações, produz conteúdo para as publicações da Empetur, elabora o calendário de eventos turísticos e o inventário turístico, além de coordenar o PRT (Programa de Regionalização do Turismo) em Pernambuco.
JPS – Sabemos que neste ano de 2021, muito provavelmente entre julho e agosto, teremos o início dos trabalhos para que Estados e Municípios revalidem e/ou, os que ainda estão fora, ingressem no Mapa do Turismo Brasileiro. Qual a importância do MTB para os estados e municípios brasileiros?
GIL MARINHO: Esse Programa constitui-se em uma política pública que tem como propósito a execução de uma gestão descentralizada e regionalizada, e, como foco, o planejamento coordenado e participativo, de maneira que venha a repercutir positivamente em todo o território, nos âmbitos social e econômico.
JPS – Sabemos que o PRT e o MTB são políticas públicas do Ministério do Turismo (MTur). Diante disso, qual a importância da Secretaria Estadual de Turismo e Lazer (SETUR) e da Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR) para implementação desse programa em Pernambuco?
GIL MARINHO: É de fundamental importância a implementação do PRT. Para isso, a EMPETUR vem sensibilizando e mobilizando o setor público e a iniciativa privada dos municípios para participarem de reuniões em várias regiões turísticas do Estado a fim de apresentar o Programa, os critérios de participação e os compromissos que cada município e regiões precisam assumir para aderir ou se manterem no Programa de Regionalização do Turismo e no Mapa do Turismo Brasileiro.
JPS – E o que é necessário para que os municípios façam parte desse programa?
GIL MARINHO – Para que os municípios façam parte do PRT e, consequentemente, do Mapa do Turismo Brasileiro, têm que cumprir exigências mínimas e compromissos. A revisão do PRT – e das ações que os municípios devem implementar – é feita a cada dois anos e são cumulativas. Assim, um município que pretende aderir em 2021 terá que atender as exigências mínimas já definidas pelo MTur em anos anteriores e aguardar a publicação da portaria com as novas exigências.
JPS – E quais são essas exigências?
GIL MARINHO – Para participar do PRT-MTB os municípios têm que atender as seguintes exigências:
Possuir órgão responsável pela pasta de turismo (Secretaria, Fundação, Coordenadoria, Diretoria, Departamento, Gerência, Setor) – a comprovação é fundamental.
Destinar dotação orçamentária na lei orçamentária anual – comprovação por meio da Lei Orçamentária Anual – LOA em vigência e QDD.
Prefeito ou dirigente municipal de turismo deve assinar um Termo de Compromisso se comprometendo a realizar asa ações necessárias.
Ter um Conselho Municipal de Turismo ativo, comprovado através de cópia das atas, lista de presença e fotografias das duas últimas reuniões;
Ter empreendimentos e/ou serviços turísticos obrigatórios cadastrados no Cadastur.
O Cadastur é obrigatório para:
Acampamentos turísticos;
Agências de turismo;
Guias de turismo
Meios de hospedagem;
Organizadoras de evento;
Parques temáticos;
Transportadoras Turísticas.
JPS – Agora que estamos chegando ao período de mais uma atualização para os municípios já cadastrados no MTB e de novos cadastros para o que ainda não estão inseridos, quais os documentos que cada município deve apresentar?
GIL MARIHNO: Tanto para a atualização quanto à inserção de novos municípios, os mesmos devem apresentar, de forma digitalizada, a seguinte documentação:
Comprovação da existência de órgão responsável pela pasta do turismo – Lei Municipal dispondo sobre a estruturação administrativa da Prefeitura Municipal atualizada e portaria de nomeação do secretário.
Comprovação da dotação para o turismo na Lei Orçamentária Anual – LOA referente ao ano de 2019 e o QDD – Quadro de Detalhamento de Despesas.
Comprovar a existência de Conselho Municipal de Turismo com a cópia da ata da reunião de posse dos conselheiros e, pelo menos, as duas últimas atas de reuniões mais recentes.
Termo de Compromisso assinado pelo Prefeito ou Dirigente Municipal de Turismo.
Indicar um interlocutor municipal.
JPS – O que perdem os municípios que ficam fora do PRT-MAPA DO TURISMO BRASILEIRO?
GIL MARINHO – Perdem acesso direto à grande parte dos recursos oriundos do Ministério do Turismo. Basta ver que a Portaria nº 182 de 28 de julho de 2016, que trata da transferência voluntária de recursos do Governo Federal, através do Ministério do Turismo que, em seu texto, garante que no mínimo 90% dos recursos próprios da pasta sejam destinados aos municípios do Mapa do Turismo Brasileiro e 50% do orçamento próprio do MTur seja liberado por meio de chamamento público. Além disso, municípios e empresas podem pleitear financiamentos através do: PRODETUR+Turismo e do FUNGETUR.
JPS – A SETUR-PE e a EMPETUR já estão preparadas para atenderem as demandas que vêm por aí?
GIL MARINHO – Sim. A SETUR-PE e EMPETUR, por meio das unidades que fazem parte da Diretoria de Estruturação do Turismo, estarão à disposição dos municípios e regiões para que todos cumpram as demais exigências e compromissos estabelecidos pelo Ministério do Turismo em seu Programa de Regionalização do Turismo.
Durante sua vida acadêmica e profissional, GIL MARINHO recebeu várias homenagens e uma que destacamos para incluir nesta matéria aconteceu em dezembro de 2017, durante uma das reuniões da ASTUR (Associação das Secretarias de Turismo de Pernambuco) realizada em Olinda-PE, quando o mesmo foi agraciado com o Troféu do “Prémio Othon Bezerra de Melo” (na foto Gil recebe o troféu das mãos do Presidente da ASTUR Josenildo Santos, Secretário de Turismo e Cultura da cidade de Agrestina-PE, e do Diretor Executivo Romero Britto).
O Prêmio Othon Bezerra de Melo, da ASTUR-PE, foi criado em 2015 na gestão do então Presidente André Quirino, à época Secretário de Turismo de Limoeiro-PE, faz alusão a um também limoeirense que deu seu nome a uma das maiores redes de hotéis do Brasil (Othon Bezerra de Melo) e objetiva agraciar pessoas que, em diversos setores da sociedade, tenham contribuído para o crescimento, desenvolvimento e fortalecimento da atividade turística no Estado de Pernambuco.
O que dizem os especialistas?
“Quem não é visto, não é lembrado. Se a gente não mantiver a cidade na cabeça do turista, ele vai ser atingido por outro destino que tenha diferenciais competitivos”. (De Roberta Werner, Diretora da Rio Convention & Visitors Bureau).
Sobre o autor da coluna:
– ALBÉRICO PACHECO DE ALBUQUERQUE é formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Planejamento Estratégico do Turismo. Trabalhou no Cinema Bandeirante (o saudoso Gigante da Praça da Bandeira) de 1975 a 1977; no Banco do Estado de Pernambuco (BANDEPE) entre 1977 e 1996 e na Prefeitura de Arcoverde entre 1997 e 2020, onde ocupou os cargos de Secretário de Finanças, de Finanças e Administração, de Desenvolvimento Econômico e Turismo, de Diretor de Turismo e Eventos e de Secretário de Turismo e Eventos, durante as gestões Rosa Barros, Zeca Cavalcanti e Madalena Britto.