A ordem é tapar o nariz e segurar o asco

Por: Djnaldo Galindo

A política – não há dúvidas – é a arte de unir os diferentes em prol do interesse mútuo, mas essa não é uma máxima absoluta, como tudo na dinâmica humana, logo é preciso ter cuidado.

Disse recentemente num podcast que em torno do ex-deputado Zeca Cavalcanti, talvez tenha se reunido um conjunto de pessoas, que na avaliação dele, anuviada pela necessidade prioritária de vencer uma eleição a quaisquer custos após seguidas derrotas, o ideal para obter a vitória. Ocorre que nem sempre o coletivo de forças que se une pra vencer uma batalha, é o ideal pra construir um governo, uma gestão exitosa. Principalmente quando se considera o modus operandi do ex-deputado quando teve o poder da caneta. Não devemos esquecer que de onde sai o seu maior nível de rejeição e temor vêm justamente daqueles que conheceram a figura de próximo, das entranhas do poder e até mesmo nas mesas dos bares, onde a situação do seu irmão Júlio Cavalcanti encontra a melhor referência.

Quem é capaz de abdicar de qualquer nível de escrúpulo na tentativa de vencer uma eleição, o mesmo fará para governar e não podemos deixar de alertar, não apenas o conjunto da sociedade que não esqueceu a batida de porta da PF na nossa prefeitura, mas também aos iludidos e ludibriados que estão vendendo as jóias da bisavó pra investir numa viagem incerta comandada por tão insano capitão. Os rumores cada dia mais claros de uma aproximação com o atual prefeito é o último exemplo. Do lado de lá, entre aqueles que não aceitam tamanha frouxidão e elasticidade ética, já se ouve a ordem do Napoleão sem poder: “tapem o nariz, segurem o asco e sigam.”