A vitória da incompetência prestes a levar embora o Compaz de Arcoverde

No momento em que o ministro da Justiça, Flávio Dino anuncia a nacionalização do modelo do Compaz – Centro Comunitário da Paz e que o projeto celebra o Prêmio de Serviço Público das Nações Unidas (ONU) que melhor contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e excelência no serviço público, Arcoverde está prestes a perder a sua unidade que teve sua construção iniciada no ano passado, por incompetência administrativa. Mais uma!

Nas redes sociais, o prefeito Wellington Maciel comentou que o Compaz seria transformado em uma escola e não mais em Centro sob a alegação de que não haveria condições de manter o projeto. Escola é bom, é! Inclusive temos inúmeras escolas estaduais precárias precisando dos serviços de requalificação. Mas a existência do Compaz é essencial para aquela comunidade que tem tantas famílias em situação de vulnerabilidade social.

Esse equipamento foi premiado pela ONU como o espaço que apresenta a maior capacidade de redução das desigualdades sociais. Servindo de referência internacional no atendimento à população. Foi vencedor do 3º Prêmio Cidades Sustentáveis. O Centro Comunitário da Paz – Compaz – foi concebido com foco na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário. Baseado na experiência colombiana das Bibliotecas Parques e também de outras fontes de espaços de cidadania. A implantação do Compaz tem por objetivo ajudar a reduzir na região os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que são aqueles que englobam vítimas de crimes como homicídios e latrocínios.

Para quem subestima a importância do Compaz, ele traz consigo uma enorme quantidade de serviços e atendimentos na área Educacional (cursos de tecnologia, banca de estudos, rodas de conversa; Atividades esportivas (futsal, natação, hidroginástica, vôlei, etc), Centros de Referência em Assistência Social-CRAS, Mediação de conflitos, Procon, Junta Militar, Assistência judiciária, entre outros. Ainda tem atividades de saúde e bem-estar com atendimento psicológico e avaliação médica, atendimento pedagógico, além de atividades culturais.

Portanto, estamos prestes a perder um equipamento essencial na luta contra a violência e proteção as famílias em situação de vulnerabilidade social. Esse ano, Arcoverde já registrou até setembro 16 homicídios. Em 2022 tivemos 23 crimes violentos lentais intencionais. Já o número de vítimas de violência doméstica e familiar do sexo feminino de janeiro até setembro somam mais de 500 casos. Enquanto temos números da violência crescentes, estamos abrindo mão de um equipamento moderno, reconhecido internacionalmente, que será expandido para todo o Brasil e, mais uma vez, Arcoverde vai na contramão da história devido a incompetência de quem o administra.