Política
2020 – BAIRRISMO OU FORÇA DA GESTÃO?
Ano que vem teremos eleições de Presidente a Deputado Estadual e geralmente as votações obtidas pelos candidatos as vagas proporcionais nos municípios a partir do nível de adesão das gestões municipais costumam, verdadeiras ou não a servir como uma espécie de termômetro; não apenas da avaliação da gestão, mas sobretudo da capacidade de transferência de votos, maior ativo eleitoral de uma liderança política, afinal, não basta ter votos apenas pra si, é condição sine qua non ter a capacidade de transferência de parte desses votos a terceiros, quando o líder não pode ele mesmo ser o candidato. Em nossa próxima eleição, teremos duas situações até agora atípicas, a primeira pela grande fragmentação de candidatos a Deputados Federais e Estaduais tanto na situação, quanto na oposição e a segunda pela até agora flagrante apatia do prefeito em declarar explicitamente quais serão os seus candidatos a Federal e Estadual. Há quem diga que não seja de todo impossível que ele tenda a liberar sua base para apoiar quem quiser, entretanto não se pode deduzir com segurança essa afirmação e tudo ainda está no campo da mera especulação.
Fato concreto é que teremos um grande números de candidatos e com sérias chances da Ex Prefeita Madalena, o Ex Prefeito Zeca Cavalcanti e até mesmo o atual vice Prefeito Israel Rubis colocarem seus nomes a prova como os candidatos da Terra e isso em concorrência com o turbilhão de candidatos forasteiros, pejorativamente chamados pelos locais de “cururus de trovoada”. Sobre essas duas valências entre ser um candidato da terra ou ser apoiado pela gestão, após estudos de resultados eleitorais para Deputado Estadual em Arcoverde desde 1990, pudemos considerar as seguintes constâncias nas dinâmicas:
- Todas as vezes que um candidato da Terra foi apoiado pela gestão municipal ele saiu majoritário no município, como Israel Guerra em 1990 e 1994, Júlio Cavalcanti em 2010.
- Nem todas as vezes em que concorreram mais de um candidato da Terra, o candidato apoiado pela gestão municipal conseguiu sair majoritário no município, a exemplo de Eduino Brito que foi mais voltado que Júlio Cavalcanti e esse segundo muito mais votado que Waldemar Borges. Impossível não notar o peso do barrismo no resultado.
- Todas as vezes que a gestão municipal apoiou um candidato de fora, esse foi vencido na cidade por um candidato da terra, como o exemplo de Israel Guerra contra Zé Marcos em 1998 e Raul Henry em 2002. Por ser da terra, um Israel já desgastado e enfraquecido eleitoralmente saiu majoritário nessas duas eleições. Vale lembrar também a robusta votação de Cybele Roa em 2018, ela obteve 7.124 votos contra apenas 4.326 de Waldemar Borges, forasteiro, mas, apoiado pela gestão.
Deste breve histórico e a luz das observações empíricas e nas probabilidades é correto afirmar com certo nível de segurança que entre ser um candidato da Terra ou ser apoiado pela gestão municipal é preferível ser o candidato da Terra aqui em Arcoverde. Sendo a condição eleitoral ideal é ser o candidato da Terra, ter o apoio da gestão municipal e não ter um candidato da Terra como concorrente ao mesmo cargo. Como argumento final, gostaria de lembrar a espantosa votação obtida pelo saudoso Professor Darlanges Alves a Deputado Federal em 2002. Quixotescamente ele obteve 4.498 votos e saiu majoritário aqui em Arcoverde a frente de nomes de peso como: Inocêncio Oliveira; Raul Jungmann; Miguel Arraes; Armando Monteiro, Ricardo Fuiza e Roberto Magalhães.
Boa sorte então aos nossos candidatos da Terra do Cadeal.